sábado, 15 de agosto de 2009

Sobre escrever...




Olá leitores assíduos do blog, deixando pra lá essa de vt e faculdade, quis compartilhar minha agonia na hora de escrever algo. De agora em diante quero me relacionar de maneira mais íntima com vocês. Para tanto, escrevi um pequeno texto que passará por uma sabatina rigorosa de quem se dispor a lê-lo. Abraço.


É quase meia-noite, penso no que escrever, em como escrever e para quem escrever.

As idéias que me vem à cabeça já foram pensadas? Como expressar o que sinto? Porque expressar o que sinto? Para quem expressar em palavras escritas o que sinto? Escrever sobre o cotidiano, sobre as amarguras momentâneas do dia? Como organizar as idéias de maneira ordenada? Fazer algo original? Palavras soltas, apenas retórica, sem sentido ou propósito? Talvez a escrita seja um fim em si mesmo, talvez escrever seja apenas deixar que os neurônios associem-se, criando e reinventando e dizendo as mesmas coisas de diversas maneiras iguais.

Onde estão os clássicos da literatura? Onde estão os críticos que julgam o que é bom ou o que é ruim? Quem decide o que é um texto literário? Qual é o interesse por de trás desse processo humano, social e convencionado? Processo esse que é baseado em teorias e guiado por diretrizes e regras que confesso a você que receio quebrar, ou pior, não cumprir com suas expectativas. Quando escrevemos e publicamos, passamos pelo crivo dos olhos do público. Será que escrever seja como assentar tijolo por tijolo, com cimento entre eles para erguer-se um muro?Acho que minha escrita está mais para uma criança, que sem musicalidade alguma, senta-se diante de um piano, bate nas teclas de maneira aleatória, crendo que formará belos acordes harmoniosos e que eles resultarão em uma sinfonia divina.

Posso contar-lhes histórias? Tenho eu, algo a ensinar? Verso, prosa, beleza, protesto, reflexão. Combinação infinita de letras que levam uma mensagem a seu destinatário. Pode ser bilhete de um rapaz galanteador, para alguma moça que lhe agrade aos olhos. Pode ser ordem de serviço, feita em forma de memorando, imperativo e impessoal.

Pode ser rima boba, que rime oba-oba com loba, cacofônicamente com pequeno delinqüente. Como saber o ponto exato, para não se tornar prolixo, enfadonho e banal? Como não parecer letra de MPB 'non sense', que dói de se ouvir, agride aos olhos, ao intelecto e a paciência.

Quando souberes à resposta, envia-me um email, caso não queira que eu continue a escrever, por que não vou parar enquanto não aprender. Se é que há algo para se aprender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário